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Vencer todo fechamento!

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Os padres do deserto diziam que a verdadeira paz significa estar a sós com Deus! Essa espiritualidade não indica isolamento ou fechamento, mas aponta lugar de intimidade, de comunhão e unidade, que não se pode fazer longe das pessoas, da realidade, da concretude da história.

Somos criados para o relacionamento, para mover-se na direção da descentralização, de outra parte, há um perigo real e concreto de construir muros e de fechar-se no «meu mundo». Meditar sobre a «minha aldeia» é um convite que o evangelho de hoje (Mc 8,22-26) faz para curar das cegueiras que fazem parte da vida.

Em Betsaida, Jesus revelou o rosto do Deus que toma pela mão, que quer ficar a sós, que tira da aldeia e pede para não voltar. É profundo demais! A cura que Jesus fez é um verdadeiro processo para enxergar de novo. O cego de Betsaida, a sós com Jesus, distante da aldeia, foi tocado nos olhos. A cura não foi imediata, primeiro, «vejo as pessoas que parecem árvores andando» e, tocado novamente, passou a «distinguir tudo com nitidez». O evangelho diz de processo, de caminho, de superar o imediatismo, o apego nos resultados, para conseguir perceber a vitória dos pequenos passos, os novos itinerários que são inaugurados.

Embora seja difícil, há decisões que precisam ser tomadas e há muros que precisam ser derrubados. É sobre isso também o convite que Jesus faz na conclusão do evangelho: «não volte à aldeia». O discernimento provoca para mudanças concretas, não retórica-teórica, mas de continuidade a partir de um olhar novo e uma vida nova!

A meditação de hoje também passa pelo que compõe o nosso olhar e o pedido da graça de confiar irrestritamente para que Jesus nos conduza aos territórios necessários de discernimento e de contemplação da luz.

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