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Reflexões do Padre Maicon A. Malacarne

A fecundidade da vida é permanecer no Ressuscitado!

A palavra-chave para meditar o evangelho deste domingo é “permanecer”. De fato, ela aparece sete vezes, sugerindo também um símbolo de totalidade, na direção dos frutos para o Reino. O anúncio da partida de Jesus com seu discurso de despedida causou assombro e medo nos discípulos. Quando tudo parecia o fim, Jesus indicou a consolação para todos os que creem: a comunhão profunda e real com ele!

O ramo unido a videira sugere a adesão dos discípulos a Jesus Cristo. Dessa unidade que é possível viver uma vida fecunda: “assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim” (v. 4). A imagem da videira foi muitas vezes usada pelos profetas para descrever o povo de Israel que, ao quebrar a aliança com Deus, tornou-se estéril (Cf. Is 5).
Romper com o amor de Deus é romper com a fecundidade! Jesus se apresenta como “a verdadeira videira” (v. 5) que permanece sempre unido ao Pai e, por isso, realiza muitos frutos.

Produzir frutos é tornar a vida capaz de gerar mais vida! Uma das primeiras formas de realizar essa vocação é viver em comunhão com os outros e com toda a casa comum, abrindo-se para as relações e os vínculos. Todo ramo, ligado a videira, depende dos outros ramos para produzir frutos. A comunhão sugerida por Jesus encontra sentido no amor: não é possível dar frutos fora do amor. O fruto vem do amor e é o amor!

O evangelho se radica em uma escola para aprender a amar no meio das nossas contradições! A seiva do amor, tal como a seiva da videira, já pulsa no nosso interior. É preciso deixar fluir, crescer, rompendo com todo impulso de isolamento! Dispor-se a “permanecer” em Jesus significa assumir um estilo de vida, com ajuda do Espírito Santo, de abertura e de reconstrução da nossa identidade, tal como viveu Paulo. “Permanecer” não é uma tarefa fácil, exige enfrentar-se interiormente, significa aprender renascer das contínuas “podas da videira” sempre na direção do amor. Podar a videira não significa matá-la, mas abrir espaço para que mais vida, mais fecundidade, possa se realizar.

Pe. Maicon A. Malacarne

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