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«Vai levantar-se!»

É a insistência que faz com que o amigo da parábola que Jesus contou «se levante» para emprestar três pães (Lc 11,5-13). Levantar-se é próprio de Deus! Levantar-se é o verbo da ressurreição! Quando todos queria Jesus caído, prostrado e morto, Deus o levantou!

Essa é a expressão que Jesus convidava a experimentar para uma vida orante: levantar-se! Deus levanta-se para «ouvir o pedido» e como Pai Amoroso confia «o que for necessário»! É importante perceber: o Pai não dá tudo o que o filho quer, mas, por causa do amor, o que o filho tem necessidade! Esse amor nem sempre é fácil de entender!

Do outro lado, o levantar-se do Pai só pode ser compreendido no levantar-se do filho. É a parábola dos que estão de pé! Tornar-se orante é aprender a levantar-se em qualquer situação! Se o peso do sofrimento e das dificuldades da vida tendem a nos lançar ao chão, a oração é a força, é a disposição, é a capacidade de levantar-se e abrir as janelas da vida.

O amigo que se levanta é o que entrega o pão no meio da madrugada! É bonita demais essa imagem, porque a oração é a «vontade de comer» que nunca termina, é a fome com desejo de ser partilhada, é o prato cheio que vira ofertório do mundo! Quem descobre a alegria de «levantar-se» sempre quer dividir esse dom com outras pessoas, ativar outras fomes, encher outros pratos…

Amizade, madrugada, fome e silêncio fazem parte do mapa de uma vida orante. De fato, como escreveu o pastor luterano Dietrich Bonhoeffer «a oração é o secreto absoluto, é totalmente oposta a publicidade». Mais do que muito excesso, a oração é uma vida «erguida» na esperança de encontrar brechas e sustentada pela fome de permanecer à porta do Pai, carregando o apetite do mundo!

Pe. Maicon A. Malacarne

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