Há vozes e vozes, palavras e palavras, silêncios e silêncios! Tudo ganha sentido a partir da intencionalidade que carrega! Há palavras suaves e mentirosas. Vozes duras e verdadeiras! Não se pode cair no risco de avaliar tudo na primeira ou na segunda palavra, nem mesmo na desconfiança do primeiro ou do segundo silêncio.
A autoridade de Jesus era da sua voz, da sua palavra e do seu silêncio. Sobretudo, da sua vida! Dele brotava o convite a paz, a mansidão, a misericórdia, mas também dele aprendemos o exercício da justa ira, o ímpeto frente a injustiça: «e começou a expulsar os vendedores». Os sumos sacerdotes, os fariseus, os notáveis da época queriam matá-lo, mas «não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar».
O conteúdo do amor de Jesus comovia, envolvia, fascinava as pessoas! O encanto, a sedução, a atração de Jesus é alguma coisa que mobilizava todos que cruzavam o caminho. Ninguém ficava de fora! De fato, o Documento de Aparecida, em 2007, começava com essa tremenda afirmação: «Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber. Tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas. Fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria» (29).
Jesus fascinava porque era atento a tudo! Jesus não era um homem disperso e distraído! Na escola do Evangelho, aprendemos de Jesus a escutar, a olhar, a saborear, a esperar, a guardar, a silenciar, a rezar, a fazer bem cada pequena ou grande coisa! O maior fascínio é uma vida atenta e vigilante! Pensemos nos poetas, nos artistas, na música, na literatura… Pensemos, por exemplo, em fotógrafos como Wilson Bentley, falecido ainda em 1931, que deixou a impressionante sequência fotográfica de mais de 5 mil cristais de neve, estudadas e seguidas até hoje. Fotografar neve era seu fascínio!
Uma vida sem fascínio é uma vida fechada! De Jesus, aprendemos alargar a existência! Qual o conteúdo das nossas palavras, dos nossos gestos, dos nossos silêncios?
Pe. Maicon A. Malacarne
Muito lindo seus textos…