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Uma mesa em que ninguém fica de fora!

Dentre as recomendações dadas por Jesus, não deixa de chamar atenção a insistência na comensalidade: «permanecei naquela casa, comei e bebei do que tiverem. (…) Quando entrares numa cidade e forem bem recebidos, comei do que vos servirem…» (Lc 10,1-9). O envio missionário é de participar da vida das pessoas, especialmente do encontro na mesa! É bonito demais meditar este trecho do evangelho de hoje, dia de São Lucas, o evangelista que traduziu para suas comunidades o desenho de Jesus próximo, na cartografia do caminho!

Jesus não proibiu nenhum alimento! Comer e beber, dentro da missão, é mergulhar na humanidade, na cultura específica. O mapa que Jesus abriu não era só para os batizados, os cristãos, mas para todas as pessoas. Aliás, os enviados do evangelho de hoje são 72, que acena para as 72 nações conhecidas da época. Ninguém deveria se sentir de fora! O alimento é um dos símbolos mais profundos de uma determinada cultura e os estudos antropológicos dizem que pela comida se conhece determinado grupo. Jesus enviou para conhecer, para entrar, para amar e saborear o mistério que existe em todos os cantos. Nada é estranho, nada é estrangeiro a Deus!

Comer e beber diz sobre uma mesa em que cabem todas as pessoas! Jesus quando falava do céu, na continuidade do Antigo Testamento, costumava traduzir como um banquete em que há lugar para todos. O sonho de Jesus é uma mesa sem restrições! A grande realização humana também se dá em ter lugar na mesa, sentir-se acolhido na mesa, ser esperado na mesa.

Jesus concluiu as recomendações pedindo: «dizei a todos que o Reino de Deus está próximo». O Reino é a mesa posta, comida e bebida! O trabalho do missionário é facilitar para que todos encontrem seu lugar, o que exige dom, responsabilidade e discernimento.

Pe. Maicon A. Malacarne

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