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Uma coroa diferente!

Claudio Parmiggiani, realizou uma obra na Igreja de São Fidélis, em Milão, chamada «Coroa de espinhos». Trata-se de uma coroa de arrame farpado atravessada por um fio de ouro. Os arrames evocam Jesus crucificado, com alusão aos campos de concentração, tema de outras obras do artista. O fio de ouro sugere a esperança teimosa, a passagem articulada pela agressividade da morte. No conjunto da Igreja, a coroa reclama o vazio, o rosto escondido, o segredo a ser procurado. Claudio ajuda meditar a presença de Jesus Cristo, aclamado hoje como Rei do Universo, qual «fio de ouro» que atravessa as nossas tragédias. Não há amor fora da dor! Não há amor fora dos arrames farpados!

Jesus é Rei sem trono, Rei sem realeza, Rei sem triunfo, Rei sem exército! Jesus é o Rei cuja glória é a cruz, e a coroa é de espinhos! Jesus é Rei que se expõe por primeiro! Jesus é o Rei cujo esplendor é estar rodeado por pessoas simples: mulheres, crianças, homens, doentes, loucos, deficientes, leprosos, caídos nas estradas… É o Rei contador de causo!

A vocação «real» de todas as pessoas, o instinto mais humano é de servir. De fato, os batizados recebem um triplo presente – ao serem incorporados a comunidade dos seguidores de Jesus – são marcados como sacerdotes, profetas e reis. Não há cristianismo fora do serviço! O serviço é o «fio de ouro» que atravessa o cotidiano mais escondido da vida! O evangelho desta solenidade recorda nestes termos: «Eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar». Em seguida, Jesus disse: «todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes» (Mt 25,31-46).

Na cruz, Jesus plenificou a vocação de Rei! A coroa de espinhos continua sendo um itinerário para encontrar o seu rosto no meio da humanidade, com o «fio de ouro» do amor, até o dia que poderemos contemplá-Lo face a face.

Pe. Maicon A. Malacarne

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