Cada vez mais tenho feito a experiência de que rezar é tornar a vida maior! O exercício fundamental é alargar o coração, o projeto sobre o qual arquitetamos a existência, para que Deus seja em nós! De fato, a questão central não tem a ver com fazer, com quantidade de palavras, mas de transformar-se, de ser, de abrir-se e tornar-se receptivo a Deus!
No fundo, ser orante é aprender a ser filho, um filho que é habitado pelo pai. Ao ser perguntado sobre a oração, Jesus ensinou que tudo começa no Pai (Lc 11,1-4). O ponto de partida é descobrir que temos um Pai e que o amor do Pai é maior do que tudo que alcançamos em palavras. Muito antes de pedir, o Pai já sabe tudo, já conhece tudo, já sorriu e já chorou com cada filho!
Deus nunca abandonou ou se distanciou! É possível que o filho, sim, feche o coração e a vida para o Pai. A oração é fundamental para reativar o desejo do Pai, refrescar a sede do Pai, abrir a brecha para que o Pai volte a ter espaço! Não se trata de negociar, de instrumentalizar e de convencer Deus. Há sempre o perigo de tornar Deus um ídolo, reduzi-lo ao nosso tamanho e ao tamanho das nossas vontades pessoais. Ser orante é deixar Deus ser Deus e acolhê-lo na vida como filhos, no tamanho de filhos.
O amor do Pai sabe que o mais importante para o filho é aquilo que ele precisa! Nem sempre o que queremos e pedimos com tanta insistência é aquilo que precisamos! Tudo, tudo, Deus já sabe! Talvez, a melhor forma de rezar seja não dizer nenhuma palavra e aprender daquilo que a tradição dos monges, a meditação, já ensinava há muitos séculos. No fundo, rezar o Pai Nosso é acolher a vontade do Pai no espaço que deixamos o Pai habitar na nossa vida!
Pe. Maicon A. Malacarne