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Tornar-se Eucaristia!

A solenidade de Corpus Christi recorda que toda Eucaristia é «minha carne dada para a vida do mundo» (Jo 6,51-58). A natureza da Eucaristia é dom, é saída, é descentralização. Jesus, rodeado por seus discípulos, formando uma pequena comunidade, entrega-se: tomai, comei; tomai, bebei… é o meu Corpo, é o meu Sangue! Nada é retido, tudo é ofertado!

Não se pode perder de vista que a consequência da Eucaristia é assumir aquilo que sou, minha identidade mais real de Filho, tornando-me «eucarístico», transformando cada gesto e cada palavra em uma máquina de fazer irmãos! A missa que participamos não pode ser reduzida a um gesto ritual, uma obrigação, uma exterioridade, mas deve ser parte da peregrinação pessoal rumo a uma vida mais ancorada no amor: «quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele».

A Igreja, comunidade reunida em torno de Jesus, também é consequência da Eucaristia. Don Tonino Bello escreveu: «O primeiro broto a surgir na árvore da Trindade é a Eucaristia. Quando esse ramo brota, surge a Igreja. A Igreja, então, não é outra coisa senão o Sacramento Eucarístico plenamente desabrochado». Na mesma linha ele afirmou: «somente se a Eucaristia trabalhar ‘dentro’, é que teremos o direito e a coragem de levá-la ‘fora’».

A solenidade de hoje é um grande convite a tornar-se alimento, a ser pão repartido, a ser vida doada… O esplendor das procissões, o brilho das vestes, a suntuosidade dos ostensórios não pode ofuscar ou apagar esse tremendo convite de Jesus: «aquele que me recebe como alimento viverá por causa de mim!». Tornar-se do mesmo alimento de que nos alimentamos!

Pe. Maicon A. Malacarne

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