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Sirvo, logo sou!

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Centro Aletti

A psicologia ajudou a compreender que o desejo humano de ser «o maior» é uma máscara que esconde o sentimento de inferioridade que precisa ser compensado. Há uma tensão permanente da busca da autoafirmação, da autorreferencialidade, na centralidade da «minha vontade», da «minha verdade» que, no fundo, é a forma mais evidente de contar para o mundo uma vida vazia.

O remédio para o «desejo de ser o maior», vivido também pelos discípulos, conforme o evangelho de hoje (Mc 9,30-37) foi traduzido por Jesus assim: «Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos»! A «grandeza» da humanidade não é o poder, as honras, os prêmios, mas a capacidade de servir os outros, de traduzir a vida na gramática da solidariedade, da ajuda, do cuidado, da caridade, do amor. O que torna o mundo mais humano é a quantidade de vezes que estendemos a mão gratuitamente e acolhemos o outro como ele é.

No exercício da acolhida, da acolhida sem limites, é que aprendemos acolher aquilo que somos, nossos vazios, nossos limites, nossas feridas, para buscar o sentido da vida para além de toda compensação. Não se trata de uma tarefa solitária, isolada, mas de abertura: metáfora de uma nova revolução cartesiana do amor: sirvo, logo existo! Sirvo, logo sou!

Gabriel Marcel, autor francês de obras inspiradoras como «Homo viator», não cansava de afirmar: «Só me comunico comigo mesmo na medida em que me comunico com o outro».

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