Jesus, no evangelho, fala do verbo amar, no futuro: «amarás o Senhor», «amarás ao teu próximo» (Mt 22,34-40). Nosso futuro depende da capacidade de amar, da qualidade do amor. No meio das guerras, dos conflitos, onde o ódio grita mais alto, estamos sempre mais próximos da morte. A ameaça do futuro é a denúncia de que o amor está deixado ao lado.
Os fariseus, que adoravam a rigidez das normas exteriores, para testar Jesus, perguntaram: «qual é o maior mandamento da Lei?» A resposta de Jesus é atravessada pela integralidade do amor, que é vertical e horizontal: amar a Deus e ao próximo. Um amor integral não é um amor dividido em partes, mas interdependente, colado, circular. O amor a Deus é inseparável do amor ao próximo.
No fundo, esse é o grande desafio para salvar nosso futuro: equilibrar o horizontal, a convivência entre nós, com a teia da vida, nossa casa comum e, ao mesmo tempo, abrir-se para a verticalidade do mistério, de Deus, que transcende a nossa razão. A verticalidade é a tradução da abertura, da expansão do que somos!
José Saramago, que não acreditava em Deus, sugeriu a verticalidade como a potência de «levantar-se do chão». De fato, um dos seus mais geniais romances foi «Levantado do chão» em que dá nome e voz para tantas pessoas esquecidas. A liberdade, a esperança, o novo mundo será possível quando toda pessoa tiver coragem de se levantar!
O amor é feito de cotidiano, de pequenas coisas, de relação. O amor exige encontro, convivência, paciência. Só o amor nos salvará!
Pe. Maicon A. Malacarne