A parábola da semente de mostarda abre a lógica da desproporção – de um lado, a menor de todas as sementes, quase um pó, de outro lado, a gigantesca árvore que cresce dela. Aquilo que nós somos, a pequena semente que nos habita, só tem sentido quando «as aves do céu vão fazer seu ninho». O grão, por si só, não muda nada, mas o grão que cresce, que abre, que expande é sempre lugar de «ninhos novos».
O Papa Francisco diz que «se você ajudou uma pessoa a se sentir melhor em determinada situação, sua vida já é uma realidade». É no rompimento de toda postura fechada que o grão rompe sua pequenez para produzir galhos e possibilitar ninhos. O ninho é sombra, é ar puro, é respiração nova, é impulso para alcançar voos mais longos. É verdade que sem «ninhos» a vida é muito mais difícil!
Essa é a graça para pedir a Deus hoje: do pequeno grão, tornar a vida uma árvore cheia de «ninhos», fazer da existência um dom, uma oferta para as pessoas e para o mundo. E o que faz crescer os galhos e as sombras? O evangelho diz que se trata do Reino de Deus, ou seja, a dinâmica das ações boas, da evolução da vida e do rompimento com o império da maldade. Por dentro desse esforço, não há ventania, não há pedra, não há asfalto, não há falta de chuvas que impeçam a ascensão da pequena semente.
Pe. Maicon A. Malacarne
Esplêndido a nota aqui postada. Contemplar toda a forma da vida com esse significado maravilhoso.
Louvado seja, se assim a vivemos!