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Saber perder!

«Saber perder» é uma máxima para o mundo das competições! Os mais competitivos driblam essa desculpa, os mais tranquilos a repetem com naturalidade. A verdade é que «saber perder» também carrega um significado espiritual e teológico fundamental: amar é soltar e perder, mais do que fechar e reter.

Abraão e Sara receberam o maior presente que podiam imaginar: um filho, já na velhice! Isaac nasceu como sinal da continuidade da história e da fidelidade de Deus com o casal. No entanto, na leitura de hoje (Gn 22,1-19), Deus pôs Abraão e Sara à prova pedindo o sacrifício de Isaac, conforme tradição do filho primogênito: «oferece-o em holocausto»! A felicidade deu lugar a angústia, mas, sempre fiel, Abraão foi «ao lugar indicado por Deus, ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho».

A cena é tremenda! Um pai que por obediência e por amor pode «perder» o seu filho único! O que Abraão fez é muito grande – sendo pai, amando muito, entende que não é dono, Isaac não é sua propriedade! O maior amor de um pai e de uma mãe é saber «entregar» e dividir o filho com o mundo para que ele seja livre de ser o que é! No fundo, é um «perder» por causa de um amor grande!

O amor de Abraão e de Sara foi acolhido por Deus que, na exata hora do sacrifício, falou através de um anjo: «não estendas a mão contra o teu filho e não lhe faças nenhum mal». Mais do que impedir o sacrifício, Deus prometeu a Abraão e Sara a bênção de uma descendência numerosa porque Abraão soube acreditar e temer. A tradição sacrifical não tem mais lugar, o amor é o maior sacrifício!

Jesus «perdeu tudo» na cruz e abriu a estrada para «ganhar tudo» no amor. Este é o paradoxo de todos os dias: amar é sempre perder e sempre ganhar!

Pe. Maicon A. Malacarne

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