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Relações novas!

Gostaria de iniciar a meditação de hoje prestando uma homenagem a um teólogo chamado José Maria Castillo, que faleceu neste domingo, 12, aos 94 anos, em Granada, na Espanha. Castillo foi jesuíta até 2007 quando, com muita liberdade, escolheu viver a felicidade junto com a sua companheira Marga, para quem dedicou os seus futuros escritos. Em uma das suas obras mais conhecidas, Espiritualidade para insatisfeitos, refletia: «A espiritualidade cristã (se for autêntica e coerente) deve ser, antes de tudo, centrada na vida. Vida sem adjetivos. Sabemos, por experiência, que a teologia, precisamente quando lida com o tema da vida, tem se concentrado mais nos adjetivos do que no próprio substantivo. Se a espiritualidade quer ser coerente com a mensagem de Jesus, em primeiro lugar, e com as exigências de nosso tempo, em segundo lugar, não tem outra maneira a não ser levar a vida a sério».

Uma espiritualidade centrada na vida é um mapa de relações novas. No evangelho de hoje, Jesus conversa com os discípulos sobre a pedagogia do perdão, da reconciliação que é sempre inseparável da fé: «Se o teu irmão pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘estou arrependido’, tu deves perdoá-lo». A única resposta que os discípulos conseguiram dar foi: «Senhor, aumenta a nossa fé!» (Lc 17,1-6).

De fato, o perdão, a reconciliação, a mudança, o arrependimento podem parecer irracionais. No meio das tensões, do conflito, da ameaça, qualquer tentativa de sugerir arrependimento parece fraqueza, e o «não dar o braço a torcer» vai se tornando um buraco sem fim. O evangelho aposta em outro caminho, que é próprio da gramática do acreditar, do salto da fé, que conduz para relações saudáveis e maduras.

O caminho para uma nova humanidade, para relações pacificadas, passa pelo perdão e pelo arrependimento que, no fundo, é juntar os fragmentos, as partes desintegradas de nós mesmos e moldá-las na consciência e no discernimento em torno do amor. Trata-se de uma estrada sempre aberta, até o último minuto da vida, mas que pode começar agora!

Pe. Maicon A. Malacarne

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