Ontem o presépio tornou-se uma escola da vida cristã na celebração no nascimento de Jesus Cristo, hoje, a Igreja apresenta o mistério do martírio, do sangue derramado de Santo Estêvão, morto por causa da fé que cresceu no mapa desse mesmo presépio. A vida ontem e a morte hoje dizem sobre a descontinuidade, a superação da ideia linear da fé.
De fato, o percurso que quase sempre desenhamos na cabeça é: vida, morte e ressurreição! Jesus e Estêvão apresentam um outro itinerário: a ressurreição começa com o início da vida! A ressurreição é um mistério para mergulhar ainda vivos, ou seja, a cada dia, a cada instante! O Evangelho é a tradução e o convite a uma vida ressuscitada, erguida, elevada, para um dia chegar à Ressurreição plena! É por dentro da Ressurreição que se compreende a vida e a morte! No fundo, a Ressurreição é o outro nome do amor, do amor-dom-total! Vida e morte se configuram por dentro do amor!
É por causa do amor que se compreende a vida doada de Santo Estêvão! Os perseguidores não aguentando seu testemunho fiel de Jesus Cristo, traduzido em palavras e obras (At 6,8-10.7,54-59), o apedrejaram até a morte! Estêvão entregou-se totalmente e derramou o sangue por amor! O amor de Estêvão venceu a morte!
Quanto mais aprendemos a amar, mais ressuscitados vivemos! É o amor cotidiano, aquele feito de pequenos gestos, de simples sussurros, de ‘nó na garganta’ por causa de um pedido de perdão, de uma lágrima que corre por buscar uma reconciliação, de uma caridade feita sem julgamentos, é o amor que faz a humanidade erguer-se! Não tem outro caminho!
Tudo, tudo começa do presépio! Vida e morte ganham um novo percurso a partir do presépio!
Pe. Maicon A. Malacarne