Dez jovens saíram ao encontro do noivo! Todas elas carregavam uma lâmpada de óleo! Cinco delas providenciaram mais óleo, atentas, caso o noivo demorasse e as outras cinco preferiram contar com a sorte. O noivo demorou!
A parábola que Jesus contou aos discípulos, do evangelho deste domingo, é uma espécie de narrativa da nossa vida (Mt 25,1-13). Todos caminhamos para o encontro com o noivo! Para chegar a ele – «ide ao seu encontro» -, na noite da vida, é preciso abrir-se, expandir os espaços e tomar cuidado em flertar demais com os apegos.
O óleo não é um item exterior, senão a própria vida! Tudo que carregamos para encontrar o noivo é o que somos, nada mais! O óleo sou eu! As jovens bem-preparadas são as que entenderam que viver é mais do que esperar passivamente um futuro. É preciso amar hoje, agora, no meio das tensões e das contradições! As jovens «sem óleo», quando despertaram e «voltaram para buscar mais óleo», entenderam que era preciso honestidade em «ser o que se é», porém, era tarde demais! O noivo chegou e a porta fechou!
A luz que carregamos na medida que caminhamos para a plenitude da vida é a luz-para-os-outros. É a luz a mais! É a lâmpada que, apesar de tudo, suporta a demora, a espera, com paciência. Quando a lâmpada é reflexo do egoísmo, uma luz-para-mim, acaba sendo luz que se pretende poderosa, mas frágil, só, tarde demais, descobre-se vã.
Tudo que carregamos é a vida! O nosso maior poder é o «ser» que se realiza na medida de ser-para-os-outros, como aprendemos da escola do Evangelho! Com razão Rilke escreveu na Carta a um jovem poeta: «a vida tem razão, em todos os casos»!
Pe. Maicon A. Malacarne