O evangelho de hoje é uma forte chamada de atenção aos fariseus pelo seu fechamento (Lc 11,29-32)! Uma vida fechada é sempre uma vida amarrada, sufocada! Jesus recorreu a itinerários de conversão do Antigo Testamento para afirmar que a fé não é ficar esperando sinais, milagres, mas tornar a vida um sinal! No evangelho de Lucas, isto significa configurar-se a Jesus a partir de um caminho de conversão e de expansão a misericórdia e ao perdão!
Acontece que ontem, como hoje, muitas pessoas atrelam a fé a grandes acontecimentos. É verdade que existem fatos e mistérios que transcendem a compreensão, mas a fé mais genuína é aquela do dia a dia, invisível, que transforma nossos gestos, que faz alcançar a paz no meio do conflito, que ilumina a reconciliação no meio do ódio, que guarda o diálogo no meio da imposição, que continua acreditando no amor, apesar de tudo! A fé é escancarar o coração não no extraordinário, mas no ordinário e na simplicidade de cada dia!
O Papa Francisco escreveu dos santos «ao pé da porta» na Exortação Gaudete et Exsultate. Para ele, há uma santidade muito bonita na constância de continuar a caminhar, dia após dia: «gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir».
É a fé capaz de tirar do cômodo lugar da espera dos sinais. É a fé que movimenta, que ativa a responsabilidade, que busca uma saída, que comemora os pequenos avanços, que descobre o coração e a vida ficando maiores por pura graça de Deus e movimento interior e exterior!
Pe. Maicon A. Malacarne