A perfeição é integrar as partes de que somos feitos! Ser perfeito não é um ponto de partida, mas um imperativo para caminhar, para amadurecer em direção à meta de nosso projeto de vida! Não se trata apenas de esforço pessoal, mas deixar-se amar, deixar-se moldar, deixar-se integrar – divino e humano – que nos habita!
Na continuidade do Sermão da Montanha (Mt 5,43-48), é muito difícil aquilo que Jesus pediu: «amar os inimigos e rezar pelos que nos perseguem»! Como alcançar essa loucura? É verdade, é exigente demais! É, no entanto, a meta do evangelho! É por onde devemos amadurecer, cada dia um pouco mais, na direção da plenitude! Amar os amigos é bom, mas é fácil, é tranquilo, e o seguimento de Jesus exige um passo a mais.
Interessante, o evangelho diz que o caminho para a perfeição é «tornar-se filho», é assemelhar-se ao Pai: «que faz nascer o sol sobre maus e bons e a chuva sobre justos e injustos». Somos muito rápidos nos julgamentos dos outros e poucas vezes sabemos o que o outro está vivendo, a causa das suas atitudes, analisamos matematicamente as reações sem a maturidade de alcançar o coração. Essa é a perfeição do Pai – ama porque ama!
Foi Khalil Gibran o autor da famosa expressão: «E disse o divino: ama o teu inimigo! Eu obedeci e amei a mim mesmo»! De fato, pode também existir um inimigo «interior»! Algo que faz parte da minha vida e da minha história com o qual preciso compreender, reconciliar e amar! Também esse é um percurso importante! O amor sempre integra, integra tudo que somos, todas as relações!