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O hoje de Jesus!

Não havia nada de estranho em Jesus estar na sinagoga, em dia de sábado, proclamando um texto do profeta Isaías, não fosse uma pequena mudança que fez no final da proclamação. De fato, o texto profético termina anunciando «a vingança de nosso Deus» (Is 61,2). Jesus, no entanto, depois de ler «o ano da graça do Senhor», fechou o livro e disse: «hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir» (Lc 4,16-30).

O ‘hoje’ anunciado por Jesus, no evangelho desta segunda, é o ‘hoje’ da encarnação. Tudo começa e tudo termina neste ‘hoje’. Em Jesus, o tempo é redimensionado. Jesus não é um acontecimento do passado, tampouco, uma isolada espera de futuro, mas o presente de cada cristão e de cada comunidade que vive com as raízes dos acontecimentos históricos e com a esperança da eternidade.

O ‘hoje’, a encarnação de Deus na carne humana, tem muito a ensinar: é humanizando, é crescendo em humanidade, é fortalecendo as relações humanas e tudo que integra a grande teia, a grande casa comum, que o ‘hoje’ continua acontecendo. O ‘hoje’ de Jesus é o ‘hoje’ de um coração bondoso, de um gesto de amor, de uma brecha para o perdão, de uma chance para a reconciliação. O ‘hoje’ de Jesus é o ‘hoje’ que «anuncia a Boa-Nova aos pobres; a libertação aos cativos e oprimidos; a recuperação da vista aos cegos». É quando o amor supera as ideologias e as violências, onde o caído é erguido, onde as mãos se encontram e a misericórdia vence a rigidez que o ‘hoje’ ecoa alto.

Este ‘hoje’ de Jesus é um grande convite a rezar: o ‘hoje’, que não termina nunca mais, bem anunciava Rilke, o grande poeta: «amar é durar, luzir com uma luz que não tem fim».

Pe. Maicon A. Malacarne

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