A última frase escrita por Dante na tremenda Divina Comédia é exatamente assim: «Lamor che muove il sole et laltre stelle», a escrita em toscana, similar ao que se conhece hoje como italiano, pode ser traduzida por «o amor que move o sol e outras estrelas»! O sumo poeta, depois de conhecer os territórios do Inferno e do Purgatório e de experimentar a esperança do Paraíso, finaliza com uma espécie de dança cósmica, onde tudo converge para o amor e sem o qual, nada pode aproximar-se de Deus!
Estamos no final de um tempo litúrgico, chamado Tempo Comum, na soleira do Advento, o início de um novo Ano Litúrgico. Esse «fim» vem acompanhado de textos muito potentes que indicam a vitória de Deus no enfrentamento a todas as contradições do mal. Do último livro da Sagrada Escritura, o Apocalipse, se pode ler na primeira leitura: «o mar já não existe»! A história da salvação guardou o mar como símbolo do mal, desde que o mar vermelho «engoliu» os carros e cavaleiros do Faraó em perseguição ao povo que fugia da escravidão do Egito. Jesus, inúmeras vezes «caminhou sobre as águas do mar» que é exatamente o sinal de uma força superior, muito embora o mar seja sempre barulhento. No final de tudo, «o mar já não existe», ou seja, o mal foi vencido definitivamente pela potência do amor!
O evangelho de Lucas (21,29-33) fala de sinais, de brotos, de esperança: «o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não vão passar»! Deus continua a confirmar que, embora a maldade pareça prevalecer, tudo está destinado para o amor, tudo expande na direção do amor e é nessa grande certeza que devemos colocar toda a vida! É nessa missão que precisamos trabalhar!
Antes de tudo, sentir-se amado, amado pelo Amor! Depois, de dentro do amor, amar e amar cada dia um pouco mais. Disse de maneira mais bonita Goethe: «E, contudo, que felicidade ser amado! E amar, ó Deuses! Que perfeição»!
Pe. Maicon A. Malacarne