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O amor chega antes!

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Luigi Pirandello escreveu: «diante da morte, todos cegos! Todos cegos!» É que a morte é esse intervalo sobre o qual se pode dizer muita coisa, mas o melhor mesmo é o silêncio. Basílio Magno sugeriu que «a vida das pessoas se cumpre ao passar por muitas mortes».

O evangelho de hoje (Lc 7,11-17) apresenta Jesus que encontrou uma procissão fúnebre, um lugar onde a esperança e o futuro estão em risco. De fato, uma mãe, viúva, está chorando a morte do filho único. Sem o filho, sem o marido, não restava mais nada. A condição da viúva é a condição da humanidade que gera vida para a morte. Por mais dramática que possa parecer, a procissão fúnebre é a realidade pela qual todos caminhamos!

O que fazer então? Para Jesus, este é o lugar da misericórdia! A misericórdia é conseguir realizar um gesto onde parece que todos os gestos acabaram. A viúva não diz nada, só chora. Jesus se antecipa: «não chores!» O amor sempre toma iniciativa, sempre chega antes de o pedido acontecer. Os gestos de Jesus, «ver, se aproximar, tocar», são a grande herança de um Deus que se envolve totalmente com a vida, ao mesmo tempo que é sensível com todo sofrimento.

A madeira do caixão que Jesus tocou é da mesma natureza da madeira da cruz! Ambos, caixão e cruz, são a narrativa de uma história de amor! Para quem ama, o fim não está no sepulcro! Quem ama sempre se mobiliza para encontrar as brechas da luz, para não paralisar, para não fechar, porque, como diz o Cântico dos Cânticos, «o amor é mais forte do que a morte»!

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