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Na estreiteza, avançar!

«Dize ao povo de Israel que se ponham em marcha» (Ex 14,5-18). Organizados por Moisés, o povo de Israel estava fugindo da escravidão do faraó do Egito que, tão logo descobriu a saga, organizou seu potente exército para buscar os fugitivos.

O encontro se deu em frente ao mar! De um lado, o grupo organizado por Moisés, de outro, os carros e cavaleiros do faraó. A diferença era esmagadora! O pavor do povo é acompanhado por uma tremenda expressão de Moisés: «Não temais! Permanecei firmes, e vereis o que o Senhor fará hoje para vos salvar; os egípcios que hoje estais vendo, nunca mais os tornareis a ver. O Senhor combaterá por vós, e vós, ficai tranquilos!» Este trecho reúne a superação das tentativas de desistir: de fato, um grupo, diante da chegada do exército, sugeriu lançar-se ao mar em atitude suicida (não temais!); outro grupo pensava de voltar atrás e entregar-se (nunca mais os tornareis a ver!); um terceiro, queria lutar, mesmo em absurda minoria (o Senhor combaterá por vós!); aos que estavam desesperados e pensavam que a única forma era a oração (ficai tranquilos!).

 «Dize ao povo de Israel que se ponham em marcha», esse é o caminho, dar o primeiro passo, não obstante todas as contradições. É interessante, Egito significa «lugar estreito». Sair do Egito é a arte de expandir a vida, de alargar a existência. O movimento libertador é o caminho, porque o «mar se abre» e é possível fazer festa! A festa da liberdade, a celebração onde ninguém é apequenado!

Lançar-se ao mar é uma atitude de confiança total. A tradição rabínica guarda a imagem de que o mar não se abriu de imediato, foi necessário que a primeira pessoa «se colocasse em marcha até não dar pé». Nem mesmo dentro do mar se pode estacionar! Hoje é dia de rezar com o Senhor que diz a cada um de nós: «Coloque-se a caminho! Coloque-se a caminho! Vence toda estreiteza!».

Pe. Maicon A. Malacarne

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