No interno da discussão da doutrina católica está a reflexão sobre pecado! É verdade que na história não faltaram momentos em que o pecado foi pautado mais para controlar do que para libertar e provocar um caminho de maturidade e de felicidade! Entre o «tudo é pecado» e o «nada é pecado» há o discernimento no agir de cada pessoa por dentro do seguimento de Jesus Cristo e das circunstâncias em que vive! O pecado é uma escolha que exige consciência e vontade, ou seja, o sujeito é autor e ator do pecado! Um fato isolado não é um pecado, muito embora ele possa contribuir para chegar em uma escolha de pecado!
Jesus, no evangelho de hoje (Mc 3,22-30), anuncia a famosa expressão: «tudo será perdoado (…), mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado». Esses versículos já deram muita discussão sobre o que se trata o ‘pecado contra o Espírito Santo’ e que, não obstante, deixou de lado o que está posto antes: «tudo será perdoado!» O anúncio primeiro de Jesus é o amor, é o perdão, é a vitória da reconciliação sobre a divisão, da unidade sobre o conflito. O punitivismo, a justiça com as próprias mãos, o «olho por olho e dente por dente», são posturas que, progressivamente, distanciam de Jesus!
Ora, se Jesus é a vitória do amor, o pecado contra o Espírito Santo é o pecado contra o amor, é o fechamento ao amor, é o isolamento ao amor! Essa pode ser uma escolha consciente e voluntária de cada pessoa, não amar, tomar distância do amor de tal forma que não consiga experimentar o perdão! Para o evangelho, portanto, não é Deus quem não perdoa, porque «tudo será perdoado», mas, nós, livremente, podemos escolher uma vida sem perdão!
O convite a rezar, hoje, é a gramática do perdão, do reconhecer-se humano e frágil! Nesse percurso, rezar o amor, o grande amor de Deus! Se o mal começa a crescer no nosso coração, essa é a hora de tomar consciência, de perceber que a graça, a luz, a misericórdia de Deus convidam a um itinerário, ao passo possível na direção do amor!
Perfeito sobre a ideia de pecado. Santo Agostinho já dizia q o pecado são escolhas de bens inferiores, emoções, às de bens superiores, racionais.