Os quatro evangelistas, também o historiador Flávio Josefo, contemporâneo a São Paulo, traçaram as características principais de João Batista, cujo nascimento celebramos hoje: era um homem piedoso e de oração, vivia próximo ao rio Jordão onde batizava e, mais tarde, foi preso e morto decapitado pelo rei Herodes. Jesus ficou impressionado pelo projeto do Batista e foi até ele para ser batizado.
Da solenidade de hoje, alguns pontos que podem ajudar a meditar:
1. João Batista foi filho de um casal idoso. Isabel era estéril e Zacarias havia perdido a fé. Da esterilidade e da incredulidade nasceu uma esperança, uma promessa! O nascimento de João foi motivo de alegria, de festa, um milagre! O Batista foi um presente que Deus ofereceu para a humanidade aprender olhar para frente!
2. João foi um projeto de vida! Ao batizar Jesus, ele fechava o Antigo Testamento e abria o Novo Testamento. Não era mais necessário profetas para falar em nome de Deus, mas Deus mesmo se fez humano, em Jesus Cristo! João foi capaz de perceber e anunciar o verbo encarnado!
3. João aprendeu a descentralizar! Mesmo com as pessoas que o procuravam e queriam viver como ele, percebeu que o centro deveria ser Jesus: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). João não buscava prestígio, mas acreditava em um tempo novo, com mais justiça, solidariedade e verdade e percebia que só Jesus Cristo seria o caminho. Foi também nessa fidelidade que denunciou as corrupções de Herodes, o que lhe custou a vida.
Santo Efrém (306-373), um dos maiores representantes do cristianismo da Síria, teólogo, compositor e poeta, sistematizou a relação de João Batista e Jesus Cristo de uma maneira bonita: «Aquele que batiza na água anuncia aquele que batizará no fogo e no Espírito Santo (cf. Mt 3, 11). A luz brilhante anuncia o sol da justiça, aquele que é cheio do Espírito anuncia aquele que dá o Espírito, aquele que viu a pomba e aquele sobre o qual a pomba pousou. João Batista é a voz que anuncia a Palavra».
Pe. Maicon A. Malacarne