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Jesus é o Rei e a «força que nunca seca»!

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A festa de Cristo Rei, ponto alto do Ano Litúrgico, para onde tudo converge, lança-nos na comunhão com os que, como Jesus, foram e continuam sendo crucificados! Há uma canção com a letra do Chico César (cantada lindamente com a Vanessa da Mata) chamada «A força que nunca seca». É um convite a mergulhar na força que brota da pequenez, da cruz, dos sofredores que resistem ao envergar da vida:

Já se pode ver ao longe
A senhora com a lata na cabeça
Equilibrando a lata vesga
Mais do que o corpo dita
Que faz o equilíbrio cego
A lata não mostra
O corpo que entorta
Pra lata ficar reta
Pra cada braço uma força
De força não geme uma nota
A lata só cerca, não leva
A água na estrada morta
E a força que nunca seca
Pra água que é tão pouca.

O corpo de Jesus, caído na cruz, é o símbolo da força! Os que debochavam e ironizavam dizendo: «A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo…» tinham certeza de que era o fim. No entanto, é da cruz que o Reinado de Jesus Cristo alcança o sentido maior. Não que Jesus tenha desejado a cruz, mas porque ela foi a consequência do que Jesus viveu e testemunhou: ao invés do poder, o serviço, ao invés do ódio, o amor, ao invés das armas, a paz! O Rei morto na cruz viveu em tudo as bem-aventuranças e, por isso, não era o mais importante «salvar-se a si mesmo», mas uma vida vivida para os outros. Até na cruz, o Rei foi capaz de ouvir os pecadores, perdoar e prometer o paraíso!

Paulo, na Carta aos Colossenses, afirma que Jesus é a plenitude do divino no humano. É a potência da força que nunca seca na pequenez da vida. O hino dessa segunda leitura, provavelmente uma liturgia batismal antiga, afirma que Deus não está no apego as forças dos tronos, dominações e poderes, mas é encontrado na pessoa de Jesus Cristo e no seu sangue derramado na cruz. O Pai participa em tudo do amor do Filho!

O Segundo livro de Samuel, da primeira leitura, ajuda a compreender a gramática que deve atravessar uma autoridade: é alguém que auxilia o discernimento de um povo em vista da liberdade e da justiça e, ao mesmo tempo, ajuda a compreender que a organização pertence a Deus, ou seja, a autoridade não domina ou escraviza, mas conduz, como pastor ao rebanho, para viver melhor. Verdadeiramente, o Reinado de Jesus Cristo, celebrado hoje!

Pedimos a graça de seguir fielmente nosso Rei do amor, da coroa de espinhos, da cruz, sempre de mãos dadas com os crucificados do nosso tempo, traduzidos pela «senhora com a lata na cabeça», no esforço diário de equilibrar vida e morte, cruz e ressurreição!

Pe. Maicon A. Malacarne

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