O texto de Lucas, que inicia falando de guerras, revoluções, terremotos e outros desastres, continua, hoje, com o foco no cuidado especial de Deus com o ser humano: «vocês não perderão um só fio de cabelo da cabeça» (Lc 21,5-11). Deus confia o amor para que a humanidade assuma o papel de transformação das realidades. Trata-se de uma resposta responsável que envolve todas as relações: «é permanecendo firmes que ganharão a vida».
A firmeza, ou a perseverança, conforme a tradução italiana, sugerem a continua paciência. Gosto sempre de lembrar que Paulo, nas qualidades do amor, enumera por primeiro: «o amor é paciente»! Não é fácil ter paciência e ser paciente! Trata-se de um exercício, um caminho de melhorar dia após dia, o passo possível para alcançar um lugar melhor. A impaciência, de fato, é doentia, produz cansaço e fere muitas relações.
Diante do turbilhão do mundo, ao invés de uma postura catastrófica do «tudo está perdido», Jesus sugeria a firmeza-perseverança-paciência para não se desesperar, não se entregar e tentar, minuto por minuto, encontrar um feixe de luz, uma centelha de amor que faz mudar tudo.
Uma grande graça para pedir a Deus hoje: vencer o fatalismo, o clima de desespero e aguçar um olhar que consiga captar novos sabores de esperança, como escrevia o ilustre José Saramago: «a esperança é como o sal, não alimenta, mas dá sabor ao pão»! É que esperança sempre tem gosto de Eucaristia!
Pe. Maicon A. Malacarne