Na Igreja de São Francisco, em Siena, está uma das mais famosas obras de Ambrogio Lorenzetti tradicionalmente chamada de Nossa Senhora do Leite (Madonna del latte). Para além da intimidade entre mãe e filho durante a amamentação, deixando de lado certo pudor, o menino com as duas mãos bem preocupadas em não perder o alimento, lança um olhar brincalhão, convidativo, terno e, ao mesmo tempo, agitando as pernas em uma espécie de movimento permanente. A mãe é pura calmaria traduzida em firmeza e ininterrupção.
É de Santo Efrem, do século IV, o singelo canto a Maria: «você, quando ele era um bebê, costumava acariciá-lo, segurando-o ao peito, enquanto ele sugava o seu leite». O evangelho de hoje (Lc 11,27-28), de fato, traduzindo bem a experiência que Lucas guarda de Maria, conta de uma mulher que do meio da multidão diz em voz alta para Jesus: «Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram». Ao que Jesus responde: «Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».
Maria acumula o seio, o alimento, a segurança, sobretudo, a escuta, a prática e a fidelidade a Deus! Ela é o grande modelo de seguimento ao seu Filho, é o modelo de todas as comunidades, de todas as organizações eclesiais, de todos os que querem caminhar perto de Jesus!
Meditemos observando essa cena de intimidade, de proximidade, de amor entre Maria, a bem-aventurada, e Jesus!
Pe. Maicon A. Malacarne