O poeta polonês Jan Twardowski escreveu: «até o maior santo/ é carregado como um galho/ pela formiga da fé». Diante da incapacidade de realizar uma cura, Jesus disse aos discípulos: «se vós tiverdes fé, do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: ‘vai daqui para lá’ e ela irá» (Mt 17,14-20).
O pai que buscava a cura do filho epilético que «sofre de ataques tão fortes que muitas vezes cai no fogo e na água» é o ícone do amor! O quadro do evangelho coloca-o ajoelhado, suplicando para Jesus! É o amor atravessado da busca do milagre, da vontade de encontrar uma vida melhor para quem tanto amava. Trata-se do ícone do próprio Deus que, como Pai, não deixa nenhum filho na fronteira do amor, especialmente os sofredores.
Esta, talvez, seja a incapacidade dos discípulos: ao buscar uma fé grande, piedosa, cheia de pureza, não conseguiam viver a compaixão e consolar os que padeciam. A gramática que Jesus abriu é outra: não se trata de «quantidade de fé», pode ser minúscula como o grão de mostarda, carregada por uma formiga, mas precisa ser uma fé sempre aberta para o mundo, em diálogo com as pessoas, com os interlocutores do evangelho, sobretudo, uma fé sensível com a dinâmica da cruz e dos crucificados.
Diante daquele pai, Jesus «expulsou o demônio» do menino que, «na mesma hora», ficou curado! A força de vencer o mal nasce do anúncio da força do bem! A fé não é uma varinha mágica, é a escola de aprender a amar, cada dia um pouquinho!