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Dos fracassos ao passo possível!

O bem anda sempre muito perto da crítica, da perseguição, do cansaço, da crise. Quando fazemos algo que rende apenas elogios, é bom avaliar se o que estamos fazendo é realmente bom ou se não carrega apenas maquiagem de bem. Também o amor anda por essas estradas. Quem muito ama, muito sofre, muito cansa, muito aprende da dor!

No evangelho de ontem, depois de curar uma pessoa com «a mão seca», a reação dos fariseus e dos partidários de Herodes foi «buscar uma maneira de matar Jesus». Tanto mais fazia o bem, mais Jesus era perseguido! O evangelho de hoje (Mc 3,7-12), na continuidade, conta que Jesus se retirou. E tantas vezes na vida é preciso retirar-se, tomar espaço, afastar-se de situações e projetos que se tornam sufocantes para o bem que deve ser feito.

Porém, quanto mais Jesus busca afastar-se, mais o povo ia ao seu encontro. De fato, o evangelho narra uma série de pessoas de vários lugares, que buscam a todo custo «ao menos tocá-lo». É interessante que as regiões citadas (Judeia, Jerusalém, Idumeia e do outro lado do Jordão,
Tiro e Sidônia), representam os 4 pontos cardeais, são lugares ao norte, ao sul, ao leste e ao oeste, contando a universalidade da comunidade que se reunia em torno de Jesus.

Se aparentemente o bem, o amor vivido por Jesus é uma perda, pois rende perseguição e ameaça, de outra maneira, é uma vitória! É do fracasso que a comunidade começa a ser formada! Uma comunidade que nasceu quando «foram até Jesus porque tinham ouvido falar de tudo que ele fazia». A fé nasce da escuta, o amor está ligado a escuta, o bem exige atenção e escuta permanente!

Hoje é dia de rezar com Jesus e os nossos fracassos! Aquilo que aparentemente é um falimento pode tornar evidente a brecha por onde entra a luz que muda tudo! Pode ser, outrossim, uma pedagogia para dar o passo possível rumo a uma vida nova!

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