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Dar as mãos para Deus!

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A mãe e os irmãos de Jesus queriam vê-lo, mas tanta gente o rodeava que era praticamente impossível. Dentro desse breve evangelho de hoje (Lc 8,19-21), Jesus alargou a compreensão de família: «aqueles que ouvem a Palavra de Deus e as põe em prática».

É fundamental compreender o movimento pedagógico sugerido no evangelho: para ser da família de Jesus, primeiro, é preciso aprender a ouvir! Aqui está em jogo alguma coisa que nossa cultura tem excessivamente descuidado, a experiência do silêncio. Thomas Merton, monge trapista e grande místico, dizia que além do fundamental silêncio exterior, o mais difícil é o silêncio interior, é aquietar os barulhos e organizar as bagunças internas: «Onde está o silêncio? Em última instância não pode ser encontrado em algum lugar, além do próprio ser». Essa é uma descoberta que cada pessoa precisa rezar, entender e mergulhar.

Bem unido a escuta está a «prática». A escuta sem a prática pode se tornar inerte. A prática sem a escuta pode se tornar ativismo vazio. Praticar é o verbo das mãos! Thomas Merton de novo ajuda a rezar: «A vida escapa-nos das mãos, pode escapar como areia árida ou como semente fecunda de obras justas». Tirar as mãos dos bolsos para tornar cada gesto, cada prática, a fecundidade (a semente!) do bem!

Fazer a vontade de Deus, escutando e praticando, no fundo, é dar as mãos para Deus. É aquilo que o escritor francês Julien Green escreveu: «quando se dá a mão a Deus, ele não larga facilmente».

Pe. Maicon A. Malacarne

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