Há uma tensão permanente de quem busca aprofundar a fé e dar razões para aquilo que crê. Por um lado, pelo conhecimento se pode tatear a experiência de Deus e contribuir para o diálogo com o mundo e a comunicação do evangelho. Por outro lado, há o que Jesus denunciou das autoridades religiosas, no evangelho de hoje: «tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar» (Lc 11,47-54).
A chamada de atenção de Jesus é para todos! A «chave da ciência» é um grande perigo porque muitos, pensando ser donos da chave e da fechadura, mais fecham do que abrem portas. «Impedistes os que queriam entrar» é uma das questões mais provocadoras! Se os tantos livros, dicionários, artigos, aulas se tornam ferramentas para fechar as portas das pessoas ao amor e a misericórdia de Deus, no fundo, são em vão. Toda formação e estudo são fundamentais porque garantem sustento, fundamento para a fé, no entanto, não podem ficar longe do evangelho, da oração e da vida como ela é.
A fé mais genuína é formada por um mapa de poucas coisas. A fé mais bonita é sempre abrir o coração, é sair do centro, é desapego dos excessos. É o ser mais simples que é capaz de abrir as portas, de expandir o acesso e de estar atento para que ninguém fique de fora.
Muitas pessoas se afastaram da fé, se distanciaram de Jesus Cristo porque a «chave da ciência» foi usada mais para fechar do que abrir, mais para julgar do que acolher, mais para engaiolar do que libertar. Jesus disse e continua dizendo que não pode se assim!
Vítor Hugo escreveu: «Dans connaître il y a naître», que poderia ser traduzido por «conhecer é nascer». O conhecimento é gerador de vida nova, partilha da experiência criativa de Deus, por isso, sempre abertura, sempre acessível, sempre facilitador.
Pe. Maicon A. Malacarne
Padre Maicon, suas reflexões são maravilhosas e me ajudam muito! Transmitem conhecimento, amor e o cuidado de Deus!
Leio, aprendo, aplico, divulgo!
Gratidão pelas partilhas!
Jandira/Curitiba