A Lei prescrevia que toda criança, aos 40 dias de vida, deveria ser apresentada no Templo. Fazia parte de um ritual de duplo sentido: primeiro, todo primogênito deveria ser consagrado a Deus; segundo, a mulher, por ficar impura por causa do parto, deveria oferecer um animal para ser sacrificado e, assim, tornar-se pura novamente. Maria e José, segundo o evangelho de Lucas (2,22-40), participaram efetivamente desse compromisso judaico. O pequeno Jesus tem o primeiro contato com o Templo! A cena ganha outros dois personagens fundamentais: Simeão e Ana! Dois idosos! O texto entrelaça a vida que inicia e a vida que vai terminando! Ambos «esperavam»!
Esperar é o verbo para meditar! Ronald Barthes dizia que «os que amam estão sempre esperando». Esperar é uma escola de quem se entende incompleto! Quem está pronto não tolera esperar! Quem está fechado não aguenta esperar! Esperar é sempre um soco no estômago, porque é a exigente tomada de consciência da finitude, da abertura para compreender que nada está definitivamente acabado. Tudo está em constante movimento e esperar faz parte da arte da vida!
A festa da Apresentação de Jesus ajuda a mergulhar na mesma espera de Simeão e de Ana, uma espera que salvou e completou a vida. «Agora, Senhor, já podes deixar o teu filho morrer em paz», cantou Simeão com o pequeno Jesus nos braços: «porque os meus olhos alcançaram a tua salvação». Foi a Simone Weil quem escreveu que «as coisas mais importantes do mundo não são para procurar, mas para esperar». A espera, a espera do amor é que nos salvará!