Victor Hugo, no clássico «Os miseráveis» sublinhou: «morrer não é nada, o mais difícil e mais assustador é não viver!» Dos tantos medos que carregamos, das muitas experiências difíceis que fazemos, dos traumas que andam do nosso lado, o convite que vem de Jesus Cristo é sempre de tentar buscar as brechas da vida.
Rilke escreveu nas «Cartas a um jovem poeta»: «em todos os casos, a vida tem razão!». A questão é encontrar esse respiro, esse lugar de reconciliação com a vida. Viver é a maior tarefa! É genial aquilo que Guimarães Rosa escreveu: «viver é muito perigoso, porque aprender a viver é que é o viver mesmo!»
Hoje, no evangelho, do meio das contínuas tensões com as autoridades judaicas, Jesus disse aos discípulos: «não tenham medo! Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados!» Esse amor exagerado de Deus pela vida, ao ponto de contar os cabelos, é um convite a amar integralmente! Se Deus cuida essa pequena parte é porque cuida do todo! Jesus sublinha o detalhe para que não esqueçamos que a vida é uma integralidade, uma soma! O «fermento dos fariseus» é a tentativa de esconder algumas coisas e revelar outras, segundo critérios que eles mesmos estabeleceram. Jesus disse sobre isso: «não há nada de escondido que não venha a ser revelado».
Do meio das nossas contínuas tensões o maior convite é escolher a vida! Uma vida amada por Deus em tudo aquilo que o amor significa. Nosso compromisso – vocação primeira – é não fracassar no amor, embora fracassemos tantas vezes na vida. Sempre, sempre é preciso escolher a vida, «ela sempre tem razão!».
Pe. Maicon A. Malacarne