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«A trave do teu olho…»

Uma das tarefas mais exigentes do ser humano é reconhecer suas misérias! Sempre será mais fácil apontar para o erro do outro! O evangelho de hoje é um convite a mergulhar no coração para conhecer e reconhecer as «traves», as «cegueiras», as «limitações» e ganhar a vida em profundidade!

Há momentos que os critérios morais de fazer o bem, evitar o mal, podem ser apenas questões práticas e a raiz de tudo permanece contaminada. É quando nos autoafirmamos como pessoas boas, mas interiormente reina o ciúme, a corrupção, a vanglória, o desejo de status, as máscaras das aparências, o outro é isso, o outro é aquilo… Nesse momento o evangelho recorda: «a trave do teu olho primeiro, a trave do teu olho primeiro…»

Quando se é capaz de reconhecer uma limitação, uma prática que precisa de conversão, um sentimento ruim que precisa ser trabalhado, uma estrutura que é difícil de mudar… já tem início um processo de libertação! A liberdade não é colocar disfarces sobre disfarces, mas é deixar cair todas as máscaras para, como realmente somos, encontrar Deus!

Trabalhar sobre as «traves» é atentar para o coração, para a raiz da vida e sobre o constante discernimento! Tudo que temos a tentação de acusar o outro, primeiro de tudo, deve ser um critério de avaliação pessoal. A responsabilidade é não repetir o que considero errado no outro, ao invés de apontar o dedo ao bel-prazer.

O teólogo ortodoxo oriental Olivier Clément dizia que «o sentido de nossa vida não é outro que a busca deste lugar do coração». A oração de hoje (que pode ser tarefa de uma vida!) é o convite a debruçar-se sobre o lugar do coração, a fonte de tudo.

Pe. Maicon A. Malacarne

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