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A missão “as escondidas”

Não deixa de ser dramático ler no evangelho de hoje que do meio da tensão com os judeus, Jesus subiu a Jerusalém para participar da festa das Tendas, mas foi “as escondidas” porque queriam matá-lo (Jo 7,1-2.10.25-30). Jesus é Deus que se esconde! “As escondidas” pode parecer um sinal de medo e fraqueza, por outro lado, revela algo muito profundo: Jesus fazia de tudo para estar próximo das pessoas, Jesus é o rosto de um Deus que – não obstante as nossas contradições – escolheu ficar do nosso lado, nem que seja de maneira discreta e delicada.

Mesmo “as escondidas”, Jesus ensinava “em alta voz”, ou seja, com total liberdade! A consciência da missão era o coração do estilo livre de Jesus! Se o medo nos paralisa, é a liberdade que movimenta para anunciar, denunciar e testemunhar a vida. De fato, mais tarde, não foram os judeus que tiraram a vida de Jesus, foi Jesus quem a entregou livremente!

Ada Negri, uma poetisa italiana, rezava assim a delicadeza de Deus: “Tu caminhas ao meu lado, ó Senhor, pegadas não deixa na terra o teu passo. Não te vejo: mas sinto e respiro a tua presença em toda folha de erva, em todo átomo de ar que me nutre”. “A liberdade não é mais do que uma possibilidade de ser melhor, enquanto a escravidão é a certeza de ser pior”, escreveu Albert Camus. Já Goethe declarou que “ninguém é mais escravo do que aquele que se considera livre sem ser”. 

Mesmo “as escondidas”, nossa missão é ser livre, como a poesia de Paul Eluard:

E ao poder de uma palavra 

Recomeço minha vida

Nasci para conhecer-te 

E chamar-te 

Liberdade.

Pe. Maicon A. Malacarne

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