Quando perguntados sobre quem somos, uma das formas de comprovar é a carteira de identidade ou, no exterior, um documento de permissão! Jesus, no evangelho de hoje (Lc 24,35-48) apareceu ressuscitado aos discípulos e apresentou aquilo pelo qual ninguém poderia desconfiar de sua identidade: as feridas dos pregos!
A identidade de Jesus são suas mãos e seus pés machucados! Jesus é o Crucificado-Ressuscitado, não um corpo e uma alma, é Jesus inteiro, integralmente vivo, com as marcas dos pregos, com as feridas e os dramas da crucificação! O evangelho de Lucas foi escrito na época de uma perseguição muito grande contra os cristãos e a insistência sobre as chagas é uma forma de encorajar as comunidades que também estavam sendo perseguidas: «vocês serão testemunhas de tudo isso!» No sofrimento dos primeiros cristãos está, igualmente, a identidade de Jesus, as mesmas chagas que Jesus sofreu!
É importante essa marca sobre as mãos e os pés! Quando a gente olha para as mãos e os pés de uma pessoa já consegue ter uma primeira impressão sobre sua vida, os sofrimentos, o trabalho pesado e sobre sua cultura, sua nacionalidade.
A partir da Páscoa, da Ressurreição, nossa vida tem a marca, a identificação de Jesus Cristo! É um selo, um carimbo na nossa carne e nas nossas feridas! A Páscoa é aquilo de mais importante que poderia acontecer na nossa vida, é o mistério e a alegria mais desconcertante, porque as feridas já não são só as nossas feridas, são partes das feridas de Jesus. Nosso sofrimento é participar do sofrimento de Jesus com a esperança da Páscoa, da vitória da vida!
Hoje é dia de mergulhar nas feridas de Jesus e deixar que ele convide também nós: «toca as minhas feridas, veja, sou eu mesmo!» E, depois disso, também dizer a Jesus: «toca as minhas feridas, veja, são tão pequenas diante das tuas, e, ao mesmo tempo, são tão parecidas com as tuas!»
Pe. Maicon A. Malacarne