Pular para o conteúdo

A fé também nasce das feridas!

Wayne Forte

«Meu Senhor e meu Deus», foram as palavras que saíram da boca de Tomé, depois da desconfiança de que Jesus havia ressuscitado e ter sido convidado pelo mesmo Jesus a tocar as feridas da crucificação! Hoje, a Igreja celebra a festa do Apóstolo Tomé e nós nos associamos a ele nas nossas dúvidas e nas nossas incertezas de fé! De fato, o Papa São Gregório Magno declarou: «a incredulidade de Tomé beneficiou mais nossa fé do que a fé dos discípulos».

Tomé ajuda a «regressar a ferida», a partir do toque, da experiência concreta, sobretudo, da relação! A fé não é um emaranhado de sentimentos ou uma junção de conceitos. A fé é a relação que nasce também da fraqueza, da dúvida, da falência de todas as certezas. Reconhecer a fragilidade é uma epifania que leva a tocar as feridas do mundo.

Tomáš Halík, um dos maiores teólogos da atualidade, escreveu um livro belíssimo chamado «Toque as feridas» em que lembra um acontecimento da vida de São Martinho: «Dizem que o próprio Satanás apareceu ao santo sob a aparência de Cristo. No entanto, São Martinho não foi enganado. Ele perguntou: ‘Onde estão as tuas feridas?’» E o teólogo checo conclui o que se trata de um grande convite a oração desse dia: «Não acredito em ‘fé sem feridas’, em uma igreja sem feridas, em um Deus sem feridas. Somente o Deus ferido através de nossa fé ferida poderia curar o nosso mundo ferido».

Marcações:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *