A cruz é consequência do amor! Todo amor, verdadeiramente amor, vem carregado de cruz! Na base do evangelho, não é possível afirmar que Deus aprove o sofrimento como método, pedagogia ou qualquer coisa do gênero. Se teve uma coisa que mobilizou Jesus foi o sofrimento das pessoas. Carregar a cruz, nesse sentido, não é aceitação passiva do sofrimento, mas compromisso com o amor que supera o individualismo, o egoísmo, a ditadura do “eu”. Toda cruz tem a potência de uma história de amor!
Nesse dia da Exaltação da Santa Cruz, Jesus convida a retornar ao amor cuja estrada indica a cruz, o amor até o fim! Uma afirmação do evangelho de hoje (Jo 3,13-17) é desconcertante: «Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele». Não é difícil encontrar grandes discursos que se utilizam de Jesus para condenar, para declarar os culpados, os excomungados e seguir sua punição.
Na contramão desse vocabulário, o evangelho afirma que a missão de Jesus é salvar, salvar, não condenar! Salvar não é «fazer um monte de coisas externas». Pelo evangelho, a salvação não se consegue por preceitos ou pela moral, mas por acreditar no amor! Salvar é se jogar no amor, é seguir o exemplo de Jesus, mesmo que isso signifique abraçar a cruz!
Perder-se é não viver o amor! A festa da cruz é a festa de quem ama, e por amor, renuncia, expande, descentra, amplia na direção do outro, da alteridade, da hospitalidade, do mundo, até o fim.
Vazia é a cruz. E nua. Respira a ressurreição! (Angelo Casati)
Pe. Maicon A. Malacarne