A autoridade de São Pedro e de São Paulo foi a autoridade que soube abrir os horizontes da fé, autoridade exercida não para dentro, mas com os outros! Se Pedro e Paulo são chamados de grandes colunas da Igreja, não foi por causa de um comando forjado, mas um estilo de vida que descobriu, depois de errar e cair, que o evangelho está no serviço ao amor e em comunicar ao mundo Jesus Ressuscitado!
Vale à pena meditar sobre o sentido da autoridade! Seguidamente alguém diz: «os pais perderam a autoridade», «os professores perderam a autoridade», «ninguém mais respeita autoridade». Parece que há um desejo camuflado de dizer que a autoridade é mandar, ditar as regras. E autoridade não pode ser confundida com imposição.
É verdade que o mundo carece de autoridade, não, porém, da severidade do dedo erguido que impõe, mas, sim, da autoridade no seu significado original. Autoridade vem do latim «auctoritas», da mesma raiz de «auctor»! O autor é alguém capaz de desenvolver e argumentar uma ideia a partir de um ponto inicial. A autoridade é fazer crescer, não a si mesmo, mas o todo! A autoridade se movimenta por dentro de uma espiritualidade que sabe abrir, alargar, expandir a vida! Para Pedro e Paulo isso significava comunicar Jesus em todos os ambientes!
Ora, a autoridade que diz: «sou eu que mando» é exatamente o contrário da autoridade testemunhada por Pedro e Paulo. O autoritarismo, no fundo, é a prova da fraqueza não reconhecida, da identidade malformada e que necessita rebaixar, agredir, ofender para se sentir melhor. Pessoas assim precisam, com urgência, de acompanhamento e, talvez, tratamento!
A boa autoridade dos pais, das mães, dos professores, de quem exerce lideranças de grupos e instituições não pode ser da imposição, do fechamento, mas a capacidade de identificar as carências e as potencialidades e, partindo delas, ajudar evoluir, crescer, amadurecer! É dessa autoridade que o mundo sente falta!
Fundada na autoridade de Pedro e Paulo, que a Igreja saiba, cada dia mais, ser no mundo um sinal de abertura, acolhida e cuidado, como o servo dos servos, o Papa Francisco, tem insistido!
Pe. Maicon A. Malacarne