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A glória é a relação! 

Certa vez, uma mulher ficou surpresa ao encontrar um estranho na porta de casa pedindo comida. “Sinto muito, não tenho nada em casa”. “Não se preocupe”, respondeu ele, “tenho uma pedra para sopa na mochila. Se der permissão para colocá-la em uma panela com água, prepararei a sopa mais deliciosa do mundo”. A mulher ficou intrigada. Colocou a panela no fogo e foi contar a um vizinho. Quando a água começou a ferver, todos os vizinhos estavam lá para ver o estranho e sua pedra. 

Ele colocou a pedra na água, provou e exclamou alegremente: “Ah, que delícia! Só estão faltando algumas batatas”. “Tenho batatas na cozinha”, exclamou uma mulher. Pouco depois, ela estava de volta com uma grande quantidade de batatas. O estranho provou o caldo novamente. “Excelente”, mas, se tivéssemos um pouco de carne, ficaria boa demais. Outra vizinha foi para casa pegar um pouco de carne. Ao saboreá-la, ele arregalou os olhos e disse: “Ah! Só falta um pouquinho de legumes e aí ficaria perfeito”. Um dos vizinhos correu para casa e voltou com uma cesta de cenouras e cebolas. O estranho provou a mistura: “sal e tempero”! “Aqui estão”, disse a anfitriã. Em seguida, outro pedido: “pratos, sim, pratos para todos!”. 

As pessoas correram para casa pegar pratos. Alguns trouxeram pão e frutas. Em seguida, todos se sentaram à mesa, enquanto o estranho distribuía porções da sopa. Todos encontraram uma estranha felicidade! Eles riram, conversaram e desfrutaram de sua primeira refeição de verdade juntos. Em meio à alegria, o estranho saiu, deixando a pedra milagrosa, para que eles pudessem usá-la sempre que quisessem para preparar a melhor sopa do mundo.

João Paulo I, o papa do sorriso, gostava de contar essa história para falar do risco do egoísmo, da autorreferencialidade. Jesus insistia para superar a «glória uns dos outros» e abrir espaços para «a glória de Deus» (Jo 5,31-47). Esse movimento de descentralização é a descoberta de que «somos muitos» e que a graça de Deus é aquilo que dinamiza toda a existência e nos torna relacionais.

Pe. Maicon A. Malacarne

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