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Fora do «coração» não há espiritualidade!

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David Maria Turoldo foi um presbítero e grande poeta italiano que faleceu em 06 de fevereiro de 1992. Numa das suas poesias, rezava: «respirar, é respirar-Te! Viver é revelar-Te! Amar é amar-Te!». Tornar a nossa existência uma consequência da vida divina é como mergulhar no oceano de Deus. Impossível fazer sem encharcar-se totalmente! Impossível fazer sem ser de verdade, ser de coração!

Há uma diferença fundamental, na escola do evangelho, entre trabalhar focado nas causas ou nos efeitos de um determinado acontecimento. No evangelho de hoje, na continuidade do conflito com os fariseus e mestres da Lei, Jesus explicou que a «impureza» não é um ato isolado e exterior, mas nasce do coração, do interior de cada pessoa (Mc 7,14-23).

Jesus afirmava que o grande esforço deve ser transformar o coração! Trabalhar sobre um ato ou outro, isoladamente, pode ser perigoso na medida que mascara as causas, de onde «saem as más intenções»! A verdadeira liberdade que Jesus sugeria é viver sem as máscaras, é ser o que se é! Para isso, é necessário trabalhar nas causas, trabalhar no coração!

Esta é a mais exigente tarefa da espiritualidade – o lugar do coração, o lugar das intenções! É através do coração que faz sentido rezar a Palavra de Deus, viver a Eucaristia, celebrar os sacramentos, conviver em comunidade, mergulhar no amor. Fora do «coração» não há espiritualidade! O cansaço da fé pode ser consequência de uma espiritualidade focada apenas nos efeitos, em um ou outro ato, esquecendo do sentido de todas as coisas.

Pe. Maicon A. Malacarne

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