A profetiza Ana, na continuidade do evangelho da apresentação de Jesus no Templo, faz lembrar da presença de tantas mulheres nas comunidades cristãs. A biografia registra que Ana tinha 84 anos (12 x 7, aceno a plenitude da velhice), era filha de Fanuel e da tribo de Aser (Lc 2,36-40). O texto também diz que Ana foi casada por 7 anos e depois de viúva «não saia do Templo». Como Simeão, ao ver o Menino Jesus, se encheu de surpresa e de alegria, e falava dEle para todas as pessoas.
A imagem de uma idosa que não cansa de falar de Jesus é uma bonita fotografia de muitas comunidades e de muitas famílias cristãs. A velocidade do trânsito das gerações faz parecer antiquado o discurso e a fidelidade de muitas delas, mas o que cala, de verdade, é o testemunho de oração e a prática da fé na participação e na proximidade com Deus. De fato, Ana «não saia do Templo», qualidade que é articulada de maneira ainda mais interessante na tradução italiana: «não tomava distância do Templo», uma relação de proximidade e de uma intimidade muito grande com Deus, capaz de viver à espera pelo Messias, exultar em louvor e desejo de contar ao mundo.
Ana carregava o senso de serviço e de liberdade! Sua profecia não era para si, senão uma experiência de abertura, uma vida amadurecida na espera-esperança da boa notícia da chegada do Messias. Quando vivemos para nós mesmos, não conseguimos lidar bem com a passagem do tempo que parece sufocante e ameaçador. É a relação que desinstala, provoca, amadurece na direção da plenitude. Chegar a velhice «esperando», «agradecendo», «louvando», «profetizando» é o maior testemunho de uma vida bem vivida!
A mística inglesa Juliana de Norwich fala sobre o tempo e o amor de uma maneira tão bonita que somos capazes de entender a resposta de Ana e tantas senhoras: «Vi com toda a certeza que, antes de nos criar, Deus nos amou; e esse amor nunca foi diminuído. Neste amor fez todas as suas obras, tornou todas as coisas proveitosas para nós e neste amor a nossa vida é eterna. Nesse amor temos o nosso princípio».Pe. Maicon A. Malacarne
Grandes, importantes e indispensáveis mulheres da nossa história cristã! Valorizadas pelo nosso Deus Criador que quis tornar-se humano por meio de uma delas! O divino que se fez humano através de Maria!
Gratidão, Deus ❤️