É de Romano Guardini a famosa expressão: «Eu rezo porque vivo e eu vivo porque rezo». A oração se confunde com o respiro, com o sopro que guarda a vida! Não se trata somente de exercícios exteriores, a oração é o mergulho no amor de Deus para que Deus possa crescer pela nossa vida! Nesse sentido, o desafio maior não é a quantidade de orações, mas é tornar a vida uma oração, fazer da vida um itinerário orante!
A oração precisa atravessar aquilo que somos, todas as nossas relações! Em cada pessoa, a oração pode assumir uma perspectiva particular: rezar é reconciliar, rezar é aprender a viver mais pacientemente, rezar é alargar o coração, rezar é estender mais a mão e partilhar, rezar é silenciar, rezar é aprender esperar, rezar é discernir a vontade de Deus, rezar é aceitar um pedido de perdão! É no respiro da história que a vida orante vai ganhando rostos diferentes!
No evangelho de hoje, Jesus contou uma parábola para os discípulos sobre a necessidade da oração. Trata-se de um juiz que «faz justiça» por causa da insistência de uma viúva. Jesus comparou a insistência dessa mulher com a insistência da oração, ou seja, a oração não pode ser reduzida a frases prontas, mas é perseverança, continuidade, movimento, como um ato contínuo de respirar (Lc 18,1-8).
Uma das formas bonitas de oração é a meditação que está muito próxima a respiração! A respiração, dentre outras coisas, é um exercício de paciência, de aprendizado continuado, de organizar os barulhos internos e externos, de aliança com o futuro!