Diferente da liberdade que se anuncia em nossos dias, como uma categoria individual, isolada, travestida de «fazer o que eu quiser», a liberdade do evangelho de Jesus Cristo é um caminho, uma «movimentação» e uma descoberta que carrega a dimensão pessoal, mas sempre vinculada ao outro, aberta a relação! A liberdade é o amadurecimento na direção do amor. O amor nunca é solitário e ele não existe distante do compromisso responsável com a verdade!
Esse tema complexo ajuda a evitar o perigo que o evangelho de hoje coloca com categoria: fazer alguma coisa esperando ser recompensado! Jesus utilizou a imagem de um empregado e de um patrão para afirmar: «somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17,7-10). De primeira vista, parece bastante agressivo, no entanto, o sentido não é afirmar a inutilidade da ação, mas a gratuidade, o fazer porque precisa ser feito, o fazer porque é compromisso de fazer! Lucas escreveu o evangelho muito próximo a lideranças comunitárias que desde sempre correm o risco de «fazer» para obter algo em troca e rapidamente esquecem do dom, de que o servir sempre vem antes.
Esse também é um perigo da vida de oração, da vida de fé – estabelecer com Deus uma relação de troca, de negociação – «eu rezo tanto para receber tanto». A oração é sempre um mergulho no amor, não uma negociação! A oração é uma escola de liberdade, porque foge dos dividendos e sugere discernimento, gratuidade e responsabilidade com a vida!
Pe. Maicon A. Malacarne