Há mães e mães! Mães que falam e mães que não dizem nada. Em Fátima, a Mãe falou! Em Lourdes, a Mãe falou! Em Salette, a Mãe falou! Em Guadalupe, a Mãe falou! Em Aparecida, a Mãe escolheu o silêncio. A presença é a palavra mais potente! Em Aparecida, a Mãe compartilhou o silêncio dos silenciados e a voz esquecida dos invisibilizados! O silêncio de Maria é a promessa da Mãe que não esqueceu os seus filhos!
É verdade que, muitas vezes, o silêncio é a nossa melhor companhia! O silêncio transforma tudo. O silêncio de Aparecida é uma presença que diz: “eu estou aqui! Eu estou aqui!” E mais: “sou e estou despedaçada com vocês, machucada com vocês, mergulhada na lama como vocês… eu estou aqui!” No fundo, é isto que muda tudo! A presença da Mãe arquiteta um mundo de esperança!
O evangelho do dia de Nossa Senhora Aparecida coloca-nos na festa de Caná da Galileia, naquele “terceiro dia” (Jo 2, 1-11)! Nós nascemos para ressuscitar e a ressurreição é a graça das “talhas cheias de vinho”, símbolo maior da alegria e do amor! Essa é a festa que a presença de Maria torna possível: nossos vazios, nossos silêncios, nossa pequenez são assumidos na direção de Jesus. “Fazei tudo o que ele disser” são as primeiras e as últimas palavras de Maria no evangelho de João. Se as palavras servem para algo é para aproximar nossa humanidade do coração amoroso do Senhor.
Silêncio e presença são como que um diamante para lapidar durante toda a vida e um mapa da “nossa” Caná da Galileia, lugar onde o milagre que transforma tudo é possível como uma aliança sem fim com o amor.
Pe. Maicon A. Malacarne
Parabéns padre Maicon, eu gosto muito dos seus textos…. sempre leio e releio, suas sábias palavras fazem refletir.