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Dar fruto!

A vinha é um dos símbolos da relação com o Criador. A imagem que ajuda aproximar é o jardim! Deus criou o mundo como um jardim, na harmonia, na conexão, no equilíbrio. O jardim, no Cântico dos Cânticos, é onde se dá o encontro do amado e da amada, portanto, lugar do amor. No evangelho de João, Maria Madalena vai ao túmulo para ver o corpo de Jesus morto sem saber da ressurreição e, na entrada, confunde Jesus com um jardineiro. Jesus é o jardineiro da nova criação! A vinha é o projeto, é o jardim que Deus sonhou.

Jesus conta uma parábola no evangelho deste domingo (Mt 21,33-43). Um vinhateiro plantou, cuidou e arrumou tudo para que sua vinha tivesse todo o necessário para dar boa uva. Em seguida, confiou-a a alguns vinhateiros. Acontece que no tempo da colheita, como estava distante, enviou seus servos para recolher os frutos, mas os vinhateiros os receberam com violência: apedrejaram alguns e assassinaram outros. O dono da vinha aguardou com paciência e, mais adiante, enviou outros servos que foram recebidos com a mesma violência. Por fim, fez uma última tentativa: enviou o seu filho para, com a autoridade de herdeiro, buscar os frutos. Também o filho foi morto!

Jesus contou a parábola para os doutores da Lei e os chefes dos sacerdotes, ou seja, era direcionada para um grupo que se achava acima de todas as normas, autoridades sobre todas as ‘vinhas’. A vinha é do Pai e todos somos colaboradores. Ninguém é dono! Com a parábola, Jesus retomou toda história de Israel – os profetas foram enviados para resgatar a vinha perdida e, depois, também Jesus, o Filho amado, mas todos foram mortos pelas autoridades que não trabalham para a vinha, mas para sustentar o próprio poder.

Tudo que vivemos faz parte de um grande plano de amor, de uma grande vinha sonhada por Deus. A vinha reclama o equilíbrio do cuidado, a vinha é o convite a fazer da vida uma uva boa. Os frutos bons não são atitudes isoladas, mas dependem do jardim inteiro, de uma conexão de vidas, de uma rede onde é possível reconhecer Deus passeando no vento fresco de cada tarde (Gn 3,8).

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