Ao cortar a cabeça de João Batista, Herodes pensava de silenciá-lo para sempre (Mc 6,17-29). De fato, as coisas não funcionam assim! Ao querer apagar a voz de um profeta da verdade, a sua voz se tornou ainda mais forte, amplificada! O martírio de João Batista, celebrado hoje, é um farol que ilumina nossas buscas por uma vida de fidelidade!
O padre francês Jean-Yves Hameline dizia que «naquele que desaparece, o ouvido escuta, a voz confessa e o coração perdura». Se a morte de João Batista não foi capaz de silenciá-lo, é porque a sua vida foi vivida com fidelidade, não obstante todo o sofrimento. O evangelho de Marcos, no momento seguinte do relato do assassinato de João, começa a acentuar a atividade missionária de Jesus. Onde tudo parecia ter acabado, um novo começo, ainda mais forte e potente, inicia.
Herodes «gostava de ouvir João», mas era dominado pelos grandes da corte e pela sua esposa, Herodíades, que João havia denunciado. Não basta ‘gostar de ouvir’ se a voz ouvida não transforma a vida e não gera amor pela verdade! Herodes, o mais poderoso de todos, era escravo dos seus medos. João, o último, decapitado, é maior por causa da sua liberdade!
A grandeza de João Batista, a sua voz que testemunha o evangelho, só pode ser compreendida com o canto do salmista: «Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor… sois a minha força e o meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança» (Sl 70).