Maria é rainha porque caminha na direção da plenitude e da integralidade do amor de Deus! O evangelho da anunciação guarda que o encontro entre o anjo Gabriel e Maria aconteceu «no sexto mês», depois que Isabel tinha descoberto a gravidez. O «seis» é um número fundamental para meditar este texto. Na Bíblia, é símbolo da imperfeição, porque vem imediatamente antes do «sete» que é, de fato, a perfeição!
No livro do Apocalipse, a besta, ou seja, o mal, é representado assim: «seu número é seiscentos e sessenta e seis» (13,18), três vezes o «seis»: a imperfeição total. Nas bodas de Caná (Jo 2,6), em que faltou vinho na festa de casamento em que Jesus estava, havia «seis» talhas. O primeiro sinal de Jesus era o «sete», o vinho novo, a festa completa. Poderíamos ir para o Gênesis em que Deus criou o ser humano no sexto dia, mas a plenitude estava no sétimo… e assim por diante!
Pela vida espiritual, poderíamos dizer que todo ser humano e todo o universo caminha para o «sete», para o mistério, para o sentido total da vida. É nessa direção que está a felicidade! Mais do que um lugar estático, é a disposição de caminhar, de uma vida que se expande sempre para fora, ‘em saída’, como Maria!
Ao dizer «sim» ao anjo, Maria deu o salto do «seis» para o «sete» e assumiu a itinerância do coração e do amor! Rapidamente, se colocou «a caminho» para ajudar Isabel, mais tarde, à caminho do Filho e, ainda, no mais difícil de todos os caminhos, àquele da cruz e da morte de Jesus. Maria é a rainha que ensina a não parar nunca, a jogar-se na direção de uma vida integralmente desperta e, do meio das crucificações, doar-se como consoladora da última hora.
Maria ajude-nos a alcançar a graça de não parar no «seis»!