O critério de amadurecimento que São Paulo sugeriu é sempre importante: «quem semeia pouco, colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza» (2Cor 9,6-10). Trata-se de esforçar-se na semeadura, não tanto no fruto. A marca de quem assume ‘semear’, deve ser «semear com alegria».
A memória de São Lourenço, diácono e mártir, é um grande testemunho de semente! Conta a história que o Imperador Valeriano, pela metade do século terceiro, pediu que Lourenço entregasse todos os bens da Igreja, do qual era administrador. Apontando na direção a uma multidão de pobres e de doentes que, todos os dias, amparava e cuidava, disse: «este é o tesouro da Igreja!». Três dias depois, Lourenço foi morto, queimado sobre uma grelha.
Alguns poderão achar que a semeadura de Lourenço fracassou! Semear também é saber perder: «Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto», diz o evangelho (Jo 12,24-26). Perder a vida pode se tornar ‘ganhar a vida’, porque a ‘largueza’ não se mede pelo sucesso, mas por quanto a vida ‘torna-se mais vida’.
Jean Valjean, no leito de morte, no final da obra «Os Miseráveis», de Victor Hugo, sentencia: «Morrer não é nada, não viver que é horrível»! A largueza da semeadura da nossa história deve ser a largueza da capacidade de saber viver a vida com sentido, com alegria!
Pe. Maicon A. Malacarne