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É o bem que salva!

Primo Levi, em um dos seus grandes testemunhos como sobrevivente dos campos de concentração, em uma obra chamada «Sobrevivência em Auschwitz» contou sobre Lorenzo que todos os dias dava para ele parte da sua ração de pão: «Eu acredito que foi realmente decido a Lorenzo que eu estou vivo hoje; e não tanto pela sua ajuda material, mas sobretudo por ter-me lembrado constantemente, através da sua presença, através da sua maneira natural de ser bom… algo difícil de definir, uma possibilidade remota de bem, mas pela qual valeu a pena sobreviver. Graças ao Lorenzo consegui não esquecer que eu mesmo era um homem».

A nossa vida é cheia de contradições! O que nos salva, nos resgata do fundo do poço, é a natureza do bem. Fazer o bem não é um descarrego de consciência, não é uma válvula de escape… o bem é a âncora sobre a qual se sustenta a humanidade. É a solidez da ração de pão entregue ao outro dentro do império do «salve-se quem puder». O bem é repartir as misérias!

No evangelho de hoje (Mt 13,47-53), Jesus compara o Reino de Deus com uma rede lançada ao mar que apanha todo tipo de peixes. Mais tarde, na praia, os pescadores separam os peixes bons dos peixes ruins. A rede cheia, tal qual a vida, é repleta de ambiguidades. Bons e ruins são reunidos e, depois, separados em um generoso ritual. Quem decide? Parece que a ração de pão repartida é um bom desenho! O julgamento não é exterior, não se trata do cumprimento de uma norma, mas da vocação ao bem que nos habita. Em cada realidade exterior e interior, o discípulo de Jesus é chamado a ser como um pai de família «que tira do seu tesouro coisas novas e velhas», ou seja, que é capaz desvelar o bem, a novidade, não obstante os campos de concentração.

Pe. Maicon A. Malacarne

Pe. Maicon A. Malacarne

1 comentário em “É o bem que salva!”

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