Passado o sábado, com todas as restrições do dia do descanso judaico, Maria Madalena, «no primeiro dia da semana», foi ao sepulcro visitar o corpo de Jesus. O evangelho de hoje (Jo 20,1-2.11-18) inicia dizendo que «ainda estava escuro». Escuro exterior e escuro interior: se o sol ainda não tinha aparecido, Maria carregava a escuridão de todas as perguntas do mundo – por que o crucificaram? Quando tudo está escuro, só o amor é capaz de fazer levantar: «vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando pelas ruas e praças o amor da minha vida», prenuncia a noiva do Cântico dos Cânticos, na primeira leitura.
O amor é uma máquina de movimento! Assim que chegou ao sepulcro, Maria viu que a pedra do túmulo tinha sido removida. Mais tarde, enquanto chorava muito, Jesus apareceu e perguntou: «porque choras?» Maria pensou que era o jardineiro, mas, em seguida, ouviu: «Maria»! Aqui tem uma particularidade que os estudiosos nos ajudam a entender: Jesus chamou Madalena pelo seu nome de criança «Mariam», em aramaico, dialeto falado na época. Alguém chamou Maria com seu verdadeiro nome, com sua identidade integral, e aí Maria o reconheceu: «Rabunni! Mestre!».
O amor me conhece pelo nome, o nome que sou conhecido desde criança! Ser amado pelo que somos, sem máscaras, sem juízos, é o maior de todos os renascimentos! O jardim do sepulcro tornou-se jardim da ressurreição! Jesus, o novo jardineiro da criação, ressuscitou e Madalena ressuscitou com ele! O primeiro dia, depois do sábado, é o dia que não tem mais fim! Uma nova criação começou, o espaço e o tempo se curvam para a eternidade. Tudo, tudo por causa do amor: «encontrei o amor da minha vida» (Ct 3,4).
A festa de Maria Madalena é, de fato, a festa da Apóstola dos Apóstolos: «eu vi o Senhor» é a maior e melhor notícia de todos os tempos!
Pe. Maicon A. Malacarne